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17 de dezembro de 2021

O feminino é sagrado

Evento realizado pela Fundação Alphaville em Camaçari/BA, reuniu mulheres agricultoras para atividade de auto-conhecimento, resgate da autoestima e ressignificação de traumas emocionais

Débora Silva, Especialista de Projetos Sociais da Fundação Alphaville, com participantes da oficina

“Percebi como posso aprender a jogar fora muita coisa que trago dentro de mim e que não há mais necessidade de estarem aqui”. A fala de Margarete de Oliveira, 55, reflete um dos sentimentos compartilhados pelas 18 mulheres presentes ao auditório da Casa do Trabalhador, em Camaçari/BA, no dia 13 de dezembro. Reunidas simbolicamente em círculo, elas participaram de uma atividade no mínimo inusitada para quem tem a rotina diária cuidando de tudo o que é externo a si. Formado somente por agricultoras, o evento – pautado pela filosofia do Sagrado Feminino -, propôs a inversão dessa ordem, convidando cada mulher a voltar seu olhar para elas próprias.

A iniciativa da Fundação Alphaville em Camaçari, em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura, tem o objetivo de estimular o auto-conhecimento, fortalecer a autoestima e promover a ressignificação de traumas pessoais das mulheres do campo, em sua maioria, responsáveis por tocar sozinhas suas unidades agrícolas. “A certificação orgânica que temos no município destaca e reforça a importância do equilíbrio na atuação das mulheres em todas as etapas da atividade, desde a lida na roça até a tomada de decisões coletivas. Paralelamente, observamos a ocorrência de históricos de traumas emocionais que acabam bloqueando a participação mais ampla e efetiva dessas agricultoras. Em torno disso nasceu a ideia dessa vivência”, explica Débora Silva e Silva, especialista de projetos sociais da Fundação Alphaville, responsável pela aplicação da atividade.

Assim como Margarete, as agricultoras Neilda Pereira e Marilene Senhorinha da Costa também comentam o impacto positivo da vivência. “Foi um experiência maravilhosa e muito importante para mim, além de ter sido muito forte ver as amigas que se libertaram de passados tristes”, disse Neilda. “Foi um encontro muito importante para mim e fundamental na vida pessoal de cada uma. Fiquei muito impressionada com tanta sabedoria que a gente tem nas mãos e não sabemos valorizar, às vezes até por falta de conhecimento. Temos muito a aprender com tudo o que vimos, ouvimos, sentimos e aprendemos ali”, completa Marilene Senhorinha da Costa.

Sagrado Feminino

Descobrir mais sobre si, conectar-se com suas emoções e despertar-se para uma nova consciência pessoal. Alinhavar esses três pontos é o centro da milenar filosofia do Sagrado Feminino, que em todas as partes do mundo reúne mulheres em busca do exercício de uma existência mais harmônica com seus corpos, com suas naturezas e seus ciclos todos; experimentando o acesso a uma realidade mais maternal, afetiva e artística, menos racional e mais sensível.

“O Sagrado Feminino propõe que as mulheres estudem um conceito diferente sobre si próprias, englobando aspectos emocionais guardados no corpo, influência psicossomática da natureza sobre elas, e um aprendizado pessoal mais profundo, gerando curas emocionais e um existência mais feliz, amável e única”, salienta Débora Silva e Silva.

A programação do encontro envolveu oito momentos distintos: círculo de respiração e acolhimento; partilha do olhar apreciativo; acolhimento e reconhecimento da energia coletiva; identificação e representação de traumas paralisantes; partilha, acolhimento e ressignificação dos traumas colocados; círculo do auto-perdão; integração da força de pai e mãe; e alinhamento da energia feminina. “Ao final, duas mulheres que expuseram situação de violência doméstica foram encaminhadas ao setor de assistência social da Secretaria de Agricultura, que irá acompanhar os casos”, disse Débora Silva e Silva.

O próximo encontro Sagrado feminino com as agricultoras de Camaçari está planejado para ser realizado em março, como parte da programação da Fundação Alphaville em torno do Dia Internacional da Mulher. “Vivenciar este trabalho foi bastante intenso e nunca imaginei me emocionar tanto. Comecei a pensar de outra forma a questão de ser mais cuidadosa comigo, coisa que nunca havia passado pela minha cabeça antes”, resume Margarete de Oliveira.

Sobre a Fundação

Sediada em São Paulo, mas com atuação em 23 Estados, a Fundação Alphaville – braço social da Alphaville Urbanismo – possui 21 anos de trabalhos realizados junto a comunidades em situação de desfavorecimento social e econômico, seja em áreas próximas aos investimentos da empresa ou não, a partir do estímulo ao protagonismo social. Qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), a Fundação soma mais de 260 projetos implantados, que beneficiaram mais de 500 mil pessoas em todo o Brasil. “Nossa experiência tem mostrado que a união da iniciativa privada com o setor público tem enorme potencial para transformar realidades sociais desfavoráveis, ao mesmo tempo em que promove desenvolvimento técnico e humano que impactam toda uma comunidade. Somente assim conseguimos atingir nossa missão, que é a de contribuir com cidades mais justas por todo o país”, salienta Fernanda Toledo, diretora executiva da Fundação Alphaville.