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19 de março de 2018

A cidade nasce da água

A história da civilização humana, identificada a partir do início da sedentarização dos povos, atribui aos cursos dos rios o desenvolvimento das primeiras vilas, aldeias e, organizadas social e economicamente, das primeiras cidades. Inicialmente como ferramenta de higiene, consumo e desenvolvimento das atividades agrícolas e artesanais, o curso dos rios desenha as possibilidades e relações sociais de comunidades inteiras.

Porém, com o crescimento destes centros urbanos e com a ampliação dos grupos possibilitada pela alimentação farta, o caminho das águas foi redistribuído para que seguisse cada vez mais território adentro; canalizado, industrializado, despersonalizado, a comodidade desse uso chegou ao interior das casas. E cada vez mais a comunidade foi perdendo a sua relação com os rios, que deixou de ser visto como primordial para o desenvolvimento dessas atividades.

Como conciliar, então, preservação ambiental com o crescimento das cidades? Especialistas acreditam que a saída mais indicada está em reintegrar o curso dos rios à vida comum de seus moradores. Por fazerem parte da paisagem urbana, novos movimentos vêm estimulando a retomada de seu espaço a favor da socialização, da convivência e da produtividade. Compreender a vida dos rios, seus movimentos, os benefícios e usufrutos são meios de reaproximar a população da riqueza deste recurso natural.

Em São Paulo e às margens do Rio Pinheiros, não faltam intervenções urbanas que estimulam os paulistanos e seus visitantes a olhar novamente para o gigante que corta a cidade de maneira mais carinhosa. Ciclovias instaladas na margem do rio reaproximam os moradores da convivência com o espaço, e é possível observar que famílias de aves insistem em proteger o local. Investimentos para tratamento sanitário, sensibilização, educação ambiental e (re)planejamento urbano. E os rios quem sabe poderão voltar a compor orgulhosos a paisagem urbana.