26 de setembro de 2018

O papel do terceiro setor no desenvolvimento da sociedade

Formado por indivíduos e organizações voltadas para a resolução de demandas coletivas, o terceiro setor, também conhecido como sociedade civil, tem uma enorme capacidade de elaborar projetos e mobilizar recursos em prol do desenvolvimento. Pode-se considerar que as organizações do terceiro setor representam o segmento público não estatal, com formas de trabalho menos burocráticas e mais inovadoras devido à sua flexibilidade, quando comparadas com o setor estatal. A existência de organizações sem fins lucrativos no Brasil remonta ao século XIX, onde estas já eram ativas na sociedade, geralmente com cunho assistencialista.

Entre as décadas de 60 e 70, com as restrições político-partidárias decorrentes do regime militar que vigorava na época, as organizações não governamentais de cunho assistencial se uniram às organizações comunitárias, assumindo o papel de porta-voz dos problemas sociais. É, então, neste período que surgem as instituições sem fins lucrativos orientadas pela mobilização social e pela contestação política. Entre as décadas de 80 e 90, com a redemocratização do país, as organizações do terceiro setor passam a estruturar-se e profissionalizar-se, e o foco de atuação volta-se para questões de cidadania e a defesa dos direitos fundamentais das pessoas, culminando, em sua versão mais atual, como parceiras capacitadas a estimular o protagonismo social e a busca pelo desenvolvimento sustentável.

Dessa forma, as organizações do terceiro setor buscam fortalecer a participação popular, principalmente nas questões referentes ao poder estatal, estimulando o exercício da cidadania. O poder de articular os interesses da sociedade com os interesses do primeiro e segundo setor é estratégico para fortalecer a assertividade das políticas públicas, que são de interesse geral. Essa interação dos atores sociais no desenvolvimento de políticas públicas é uma forma de compartilhar conhecimento e experiências entre os setores, além de trazer mais racionalidade, qualidade e eficácia às ações desenvolvidas.

 

_{Fonte: Arquivo BNDES}