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24 de fevereiro de 2023

1ª Mostra de Cinema na Praça exibe documentários produzidos por jovens de comunidades em São Gonçalo do Amarante

Evento marcou o encerramento das primeiras turmas do Se essa tela fosse minha, programa de fortalecimento ao protagonismo juvenil, realizado pela Lei de Incentivo à Cultura

A cidade de São Gonçalo do Amarante, localizada na região metropolitana de Fortaleza/CE, recebeu na semana passada a 1ª Mostra de Cinema na Praça, evento gratuito que apresentou à população os dois primeiros produtos de audiovisual realizados pelos alunos do projeto “Se Essa Tela Fosse Minha”, iniciativa realizada pela Lei de Incentivo à Cultura, com execução da Fundação Alphaville e patrocínio da empresa Eneva. O grupo formado por 25 adolescentes com idades entre 14 e 19 anos, levou para as telas as temáticas da juventude e do empreendedorismo feminino local com os mini documentários “16 Anos em São Gonçalo do Amarante” e “Mulheres de São Gonçalo do Amarante”. Além das apresentações na praça, os alunos também participaram de rodas de conversa com estudantes da Escola Estadual Maria do Socorro Gouveia.

Para o gerente de operações da Eneva, Fábio Pereira, o resultado da primeira temporada do projeto ultrapassou as expectativas da empresa. “Acompanhei o projeto desde o lançamento e ver esses produtos entregues com tanta qualidade é emocionante. Especialmente pelos frutos de termos alunos que já conseguiram trabalho na área do audiovisual”, comenta Pereira. Uma das alunas a quem o gerente se refere é Vitória Daiane Sampaio Santos, de 18 anos, que já está participando como freelancer de audiovisual em eventos da própria empresa. “Consegui me destacar dentro da minha turma e recebi uma oportunidade de trabalho que me deixou muito feliz. O projeto foi uma experiência muito rica para mim”, festeja Vitória.

A adolescente Laryssa de Morais da Costa, 19 anos, também comemora a participação no Se Essa Tela Fosse Minha. “O projeto me ensinou muito e veio para mudar minha realidade como uma mulher transexual. Somos muito marginalizadas e, nesse projeto, vi que sou totalmente capaz de grandes realizações”, disse Laryssa. “Eu me vejo trabalhando nessa profissão e acredito que os documentários que fizemos podem ajudar muitas pessoas”, emenda o aluno Nathan Santos.

Voltado a fortalecer e oferecer capacitação audiovisual para jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica em São Gonçalo do Amarante, o projeto Se Essa Tela Fosse Minha inaugurou esta primeira turma em agosto de 2022, e durante cerca de dois meses, ofereceu aos  alunos atividades integrativas para autoconhecimento e relacionamento interpessoal, além de aulas teórico-práticas de produção audiovisual e visitas técnicas a reconhecidos espaços de arte e cultura, como o Dragão do Mar e o Museu da Fotografia, localizados em Fortaleza. Toda a grade curricular teve como foco o preparo dos alunos para se reconectarem com suas histórias e, ao mesmo tempo, se aproximarem do mercado do audiovisual, que apresenta boa demanda de crescimento na região.

Paralelamente, o programa promove o fortalecimento da identidade regional e o resgate de tradições culturais locais. “Os jovens foram incentivados a desenvolver e treinar seus olhares audiovisuais a partir de suas histórias locais, de suas comunidades e seus personagens”, pontua Aline Oliveira, gerente de Sustentabilidade da Fundação Alphaville, em referência às temáticas abordadas nos mini documentários. “O período de pandemia trouxe grandes impactos nas comunidades por todo o país; para a juventude, isso reflete tanto na diminuição de sua autoconfiança, quanto no receio ao se expressar e se expor ao mundo, às novas oportunidades. Fortalecê-los, capacitá-los e preparar um espaço público, porém seguro, de exposição, é um passo importante para trazê-los de volta à convivência social”, diz.

Para Aline, o fechamento da primeira turma trouxe grande sentimento de realização. “Esse projeto foi muito cuidado e elaborado com muito carinho, com atenção aos jovens e às ideias deles. Foi emocionante ver o rosto deles assistindo aos trabalhos que fizeram. O município de São Gonçalo do Amarante tem demanda crescente para o audiovisual, e mostrar às empresas que estes talentos estão por aqui pode ser um bom começo para essas entradas no mercado de trabalho da cidade”, conta a gerente de Sustentabilidade.

Envolvimento coletivo

A viabilização do projeto também contou com a parceria da Secretaria Municipal de Educação, que cedeu espaço para realização das aulas e das apresentações finais, e das lideranças comunitárias de São Gonçalo do Amarante, especialmente das comunidades Acende Candeia de Cima, Acende Candeia de Baixo e Bolso. “O objetivo do nosso esforço em torno desse projeto foi levar aos nossos a oportunidade de caminharem para onde eles merecem chegar, buscando um mundo melhor”, disse Maria Iva, líder comunitária do Acende Candeia. “Este projeto abre um leque de possibilidades de trabalho para os jovens, ampliando os seus horizontes profissionais”, destaca Quércia Sampaio, presidente da Associação do Bolso.

Segunda temporada

As inscrições para as próximas duas turmas do Se Essa Tela Fosse Minha acontecem nos dias 03 e 04 de março, seguidas do processo de seleção, feito pela equipe o programa. As aulas começam dia 10 de março, em período de contraturno escolar. Serão duas turmas, cada uma com cerca de 15 adolescentes. O formato tem três horas diárias de aulas, de segunda a sexta-feira, somando o total de 72 horas de atividades entre conteúdos teórico e prático.

Na praça da Matriz, além dos dois documentários também foi exibido o filme nacional “Pluft, o Fantasminha”, como oportunidade de acesso cultural à população presente, composta por adultos e crianças das comunidades convidadas. “Essa Mostra foi muito importante para que a comunidade e os parceiros envolvidos tivessem um retorno do programa e, principalmente, para servir como validação de empoderamento profissional aos jovens participantes”, salienta Graça Rodrigues, especialista de projetos sociais da Fundação Alphaville.

“A Fundação Alphaville atua focada em estimular o protagonismo das pessoas que vivem em determinados territórios de desfavorecimento social, econômico, cultural e ambiental, a partir da metodologia de fortalecer o poder que essas populações têm para transformar seus espaços pessoais e comunitários. Nesse contexto, o Se Essa Tela Fosse Minha cumpre essa proposta ao capacitar jovens para serem autores de novos projetos pessoais de sucesso e, por meio deles, impactar positivamente suas comunidades”, sublinha Aline Oliveira.

O Se essa tela fosse minha, realizado pela Lei de Incentivo à Cultura, foi patrocinado pela empresa ENEVA, com execução da Fundação Alphaville, apoio técnico da Alumeia Produções, e realização do Ministério da Cultura, Governo Federal – Brasil, União e Reconstrução.